Eu não consigo estar com minha mãe tanto quanto gostaria nos últimos tempos. Eu, porque corro muito, e ela, porque quase não sai mais de casa, devido à perda dos movimentos das pernas. Sinto falta, é lógico, mas penso muito nela e nas coisas que dizia, quando eu era menina. Ela sempre tinha um ditado ou uma frase inteligente e interessante para cada situação e eu me pego repetindo essas frase e ditos, sempre que surge uma oportunidade.
Também já contei aqui que ela é uma mulher extremamente criativa e que quando ela estava pensando em alguma das suas invencionices, cantarolava um "humm... huumm... hummm...", pesando e olhando, batendo o indicador nos lábios e, pronto! Lá vinha uma ideia quentinha. Invariavelmente era: "Bem, e se..." (o "Bem" é o meu pai, que colocava as ideias em prática).
Eu "herdei" esse costume. Amo cantarolar enquanto estou pensando, e claro que sempre me lembro dela, quando me dou conta dos meus "huuummm, hummmms". Minha mãe (Maria de Lourdes é o nome dela) também costurava. Fazia nossas roupas em uma máquina Singer, daquelas verdinhas antiiigas. A máquina ficava no nosso quarto (meu e de minhas irmãs), embaixo do janelão enorme, que dava para o jardim na frente da casa. Me lembro claramente que ficávamos ao redor dela, brincando com as sobras dos tecidos, costurando roupas de bonecas. E me lembro também de que ela nunca se negou a nos ensinar a mexer na máquina, pelo contrário, incentivou, alertou sobre os perigos (com a agulha e com as mãozinhas sob o pedal que fazia a correia girar).
É lógico que não adiantava, porque nas nossas brincadeiras de esconde-esconde sempre alguém entrava no móvel da máquina e de vez em quando alguém acabava apertando os dedinhos no vão entre o pedal e o chão. Ah, bons tempos... Mas eu sei que ela se orgulha de nós, porque saímos todas aos nossos, todos gente de bem. Crescemos e nos tornamos mães e de certa forma seguimos os seus passos e seus conselhos, orgulhosas de nos parecermos com ela.
Recentemente me dei conta de que nunca tinha feito nenhum grande trabalho em Patchwork para ela e então dei uma colcha com capas de travesseiro. Lógico que ela gostou e lógico que mostra pra todo mundo que aparece pra visitá-la.
Minhas irmãs todas fazem algum tipo de arte. A Elisangela (nº5) faz patchwork e trabalha aqui no Ateliê conosco. A Elaine (nº 2) faz crochê, e também costura lindas e perfeitas peças de roupa. A Rose (nº 3) gosta de confeitar bolos, a Eni (nº 4) faz de tudo um pouco, mas tenho a impressão que é mesmo apaixonada por crochê. E a Érica, a caçula (e filha nº6) toca piano (fez conservatório e agora faz faculdade de música e não é por falar, mas ela realmente tem um dom muito, mas muito especial). E acho que não vai parar por aí, porque minha sobrinha Thainá está aprendendo Patchwork e esta montando uma colcha Sampler (ela tem só 14 anos!).
Tudo porque a Dna. Maria nos educou assim, nos ensinou, inspirou e incentivou. Mãe, eu te amo. Agradeço a Deus todos os dias por Ele ter me feito sua filha...
Bem... Tenho certeza de que vocês também se sentem assim a respeito de suas mães, e pensando nisso montamos um projeto que é o nosso presente para todas as mães quilteiras, que vão se sentir felizes em trabalhar nele para presentear as suas mães.
Vocês podem ver o projeto neste link, ou clicando na imagem abaixo. (É necessário ter um leitor de arquivos PDF para visualizar e imprimir o arquivo.)
Bom trabalho, aproveitem e tenham um Feliz Dia das Mães!!!
Eliana "Tia Lili" Zerbinatti